Na última quarta-feira, comemorou-se o bicentenário da independência do Brasil. Esse processo teve início nas primeiras décadas do século XIX, quando em 1808 a Corte Portuguesa por aqui se estabeleceu, fugindo das ameaças e incursões napoleônicas na Europa. Com apoio do governo Inglês, D. João, governador de Portugal, foi pressionado a acabar de vez com o monopólio comercial sobre a colônia, decretando a abertura dos portos brasileiros ao comércio internacional.

Após um mês da chegada à Bahia (1808), a corte instalou-se no Rio de Janeiro. Por lá, decidiu organizar a administração do governo monárquico: criou diversos órgãos públicos, a exemplo do Banco do Brasil e tribunais de justiça, além de incentivar tratativas de ordem  econômica, cultural e social. Vale ressaltar que tais realizações foram marcadas por um pensamento colonialista e elitista que pouco se preocupavam em beneficiar parte expressiva da população.

O caminho para a emancipação contou com diversos obstáculos e inversões. A insatisfação popular inundou o governo de D. João, ocasionando uma série de revoltas. Uma delas foi a Revolução Pernambucana (1817), marcada pelo descontentamento sobre o aumento abusivo da carga tributária imposta pela Corte, que servia para sustentar o seu próprio luxo (tal como ocorre na atual conjuntura política do nosso país). Essa rebelião foi a única anterior à independência a elaborar uma constituição própria inspirada nos ideais da Revolução Francesa.

Em 1820, apoiados por camponeses, militares, funcionários públicos e profissionais liberais, comerciantes portugueses lideraram a chamada Revolução Liberal. Tendo com principal objetivo derrubar o absolutismo, recolonizar o Brasil e forçar o retorno da Corte a Portugal. Nessa queda de braço, o rei não teve outra escolha senão regressar à Europa em 1821, deixando seu filho Pedro com príncipe regente. Para se manter no poder e permanecer no Brasil, ele contou com apoio de latifundiários, comerciantes e homens de distintas posições políticas.

No dia 7 de setembro de 1822, D. Pedro rompeu as relações políticas com Portugal. Proclamou a independência na cidade de São Paulo, regressou ao RJ aclamado imperador e coroado com o título de D. Pedro I. Entretanto, a ruptura dos laços coloniais não alterou de modo significativo a qualidade de vida da maioria da população, pelo contrário; a escravidão africana foi mantida e a face da miséria continua ativa.

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