Desde o período colonial, o processo político no Brasil é permeado pelo favorecimento entre os setores público e privado. Nessa relação, os que têm o poder político acabam se alinhando aos que detém o poder econômico e vice-versa. Basicamente é assim que funciona a estrutura estatal do nosso país.

É na troca de favores políticos por benefícios econômicos que se configura o clientelismo. Um exemplo bem evidente está na distribuição de concessões de emissoras de rádio e TV, cuja finalidade, para além das propagandas, é buscar apoio e penhorar determinados partidos ou visar a manutenção de uma família no poder.

De modo ilícito, algumas empresas e empresários financiam campanhas eleitorais em troca de benefícios e socorro em momentos de crises, além disso acabam dominando os processos licitatórios num jogo com cartas-marcadas. O resultado costuma ser desastroso ao erário público.

Apesar das mudanças na administração pública nacional, as velhas práticas de corrupção continuam a atormentar as “massas” que pagam altos impostos e não tem sequer
retorno satisfatório em educação, saúde, segurança, etc. Parte expressiva dos nossos recursos é destinado para sustentar o luxo daqueles que se propõem a nos representar (salvo raríssimas exceções).

A corrupção sistematizada em nosso país tem raízes no próprio clientelismo. Tal conduta é responsável por: “inchar” as folhas de pagamentos dos entes federativos, promover empresas fantasmas, lotear os órgãos públicos, nomear pessoas despreparadas nas secretarias, criar diversos penduricalhos e deixar os empresários favorecidos ricos e a população cada vez mais pobre.

O combate ao clientelismo (lê-se corrupção) requer a criação de mecanismos eficientes que, junto ao judiciário, possibilitem aplicação rigorosa da lei aos envolvidos em atos dessa natureza. Sendo que a própria população pode e deve fazer parte da empreitada, realizando denúncias, mobilizações e o mais importante: ter consciência política na hora do voto.

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