Após iniciar a temporada 2024 em uma escola pública de uma comunidade quilombola de Valença, o espetáculo, que foi contemplado no Edital estadual Lia da Silveira, inicia o mês de maio com um novo desafio: segue as margens do rio Graciosa e desembarca na sede do município arquipélago de Cairu, apresentando-se gratuitamente na Escola Estadual Cândido Meireles.

A peça revisita a história da Independência do Brasil na Bahia, de forma bem humorada, a partir do olhar de personagens conhecidos como o corneteiro Lopes e Maria Quitéria e outras só recentemente reconhecidas como Maria Felipa e o Tambor Soledade. Será apresentada a partir das 15 horas, seguida de bate papo entre o elenco, direção, estudantes, professores e comunidade presente, buscando também ouvir as impressões dos mesmos sobre a versão apresentada. Terá também a presença de um intérprete em libras, visando a inclusão e acessibilidade da comunidade surda.

Adriano Pereira, um dos autores e ator do espetáculo, comemora a circulação. “Estreamos em praça pública ano passado e um dos objetivos era aproximar, contextualizar e recontar essa história pra juventude. Estamos há 9 meses circulando, essa será a nona apresentação e onde passamos estamos sendo bem recebidos por que, principalmente as mulheres, se identificam com as personagens”.

Quem também comemora a chegada do espetáculo na escola é o diretor, professor Hélio de Cristo. Para ele, “receber o Theatro da Independência, em nossa Unidade Escolar, é um privilégio e satisfação, pois compreendemos que o teatro tem um papel fundamental na integração dos sujeitos, além de oportunizar que a comunidade escolar se aproprie, de maneira crítica, reflexiva e construtiva, de saberes e conhecimentos culturais e sociais. De fato, é uma ação bastante significativa que articula história, vida e arte”.

O projeto foi contemplado no Editais da Paulo Gustavo Bahia, com o apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura, Governo Federal. Paulo Gustavo Bahia (PGBA) foi criada para a efetivação das ações emergenciais de apoio ao setor cultural, visando cumprir a Lei Complementar nº 195, de 8 de julho de 2022. Tem também o apoio institucional do Núcleo Territorial de Educação (NTE – 06).

Cairu – Com uma população de menos de 20 mil habitantes (IBGE, 2022) o município arquipélago, formado por 26 ilhas, foi elevada à condição de Vila de Nossa Senhora do Rosário de Cairu em 1608, sendo uma das mais importantes da colônia, inclusive sede de ouvidoria da Capitania de Ilhéus. A sede possui um rico conjunto arquitetônico, incluindo o Convento Santo Antônio, considerado o primeiro barroco do Brasil e a Matriz do Rosário, que abriga hoje um memorial, visitado por turistas do mundo inteiro. Possui ainda manifestações culturais singulares como os Congos, Caretas e Zambiapunga. Sua participação na Independência é conhecida, sobretudo, pela defesa montada pelo inglês Cochrane, próximo à fortaleza de Morro de São Paulo, originando os embriões da marinha de guerra brasileira. É também de Cairu o artista que esculpiu o caboclo que desfila em Salvador no 2 de Julho.
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