O deputado Hilton Coelho (Psol) apresentou à Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) uma moção de congratulação ao trabalho desenvolvido pela sacerdotisa Mam’etu Kafurengá, Maria Balbina dos Santos, junto ao Nzo Kwa Minkisi Nkassuté ye Kitembu Mvilla, Terreiro Caxuté, localizado em Valença.

O parlamentar destaca que “a sacerdotisa desenvolveu a Pedagogia do Terreiro, para que seus mais de 300 filhos e filhas tivessem nos livros e canetas armas para combate ao racismo religioso e as mais diversas formas de opressão. Ali se criou a primeira Escola de Religião e Cultura de Matriz Africana do Baixo Sul da Bahia, a biblioteca de Rua da Kitaanda Bantu e o Museu da Costa do Dendê, todos localizados no Terreiro”.

A Escola Caxuté é uma comunidade de Terreiro campesina e de matriz africana bantu-indígena que, nas suas práticas sociais, políticas e religiosas, dialogam e compõem-se pelos coletivos de comunidades indígenas, quilombolas, de pescadores artesanais, de marisqueiras, de ribeirinhos, de agricultores/as, professoras/es, artesãos/ãs, dentre outros. Trata-se de importante contribuição política e acadêmica o legado de 21 anos de Mam’etu Kafurengá na construção de diferentes pedagogias e formas de pensar a escola e os processos de ensino-aprendizagem, seja no campo ou na cidade, tornando-se referência fundamental para os povos bantu-indígenas, para os povos tradicionais de terreiro bem como para os professores e alunos das universidades brasileiras, o que pode ser visto na sua atuação e reconhecimento em diversas partes do Brasil.

“Apesar de estar localizado em território de identidade marcado pela perseguição religiosa, heranças da colonização, há décadas a comunidade local reconhece o trabalho desenvolvido pela sacerdotisa. No primeiro semestre de 2021, Mam’etu Kafurengá foi eleita como Conselheira Municipal de Cultura de Valença, recebendo mais de 500 votos em plena pandemia. Neste mesmo período, Maria Balbina dos Santos foi eleita como conselheira estadual da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi). Nada mais justo que a ALBA e a sociedade façam um reconhecimento público de seu valor e seu legado para o patrimônio cultural da região e da própria Bahia”, conclui Hilton Coelho.   

 

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