Por Wanderson Nascimento 

O Vagaroso processo de abolição da escravatura no Brasil teve como plano de fundo sucessivos movimentos encabeçados por negros. A nefasta política opressora imposta
pelos colonizadores resultou em aproximadamente 370 anos de escravidão, mortes e acirrados conflitos.

Tudo começou na conquista da África pelo Portugueses no século XV, dando início a implacável busca por recursos minerais e mão de obra, submetendo os nativos ao
trabalho coercitivo nas lavouras de cana-de-açúcar das ilhas atlânticas. Estabelecendo, assim, o intenso e mais cruel tráfico de pessoas da História.

No Brasil, os primeiros escravizados foram os nossos irmãos indígenas. Porém, apenas no início da colonização. Os lusitanos alegavam que eles não tinham vigor físico
necessário para serviços braçais e outras questões ligadas a conversão ao catolicismo jesuítico. Logo foram substituídos pelos africanos.

Devido ao cenário desolador, marcado pelo trabalho exaustivo e desumano, muitos escravizados cometeram suicídio, enquanto que outros fugiram para os conhecidos quilombos: espaços coletivos, relativamente seguros, longe dos latifúndios e com organizações políticas e militares próprias.

Por pressão externa, somente na metade do século XIX o tráfico de africanos foi abolido no Brasil (Lei Eusébio de Queirós). Anos mais tarde (1870), figuras como Luiz
Gama, José do Patrocínio e André Rebouças criaram e intensificaram movimentos para o fim da escravidão.

Antes do 13 de maio de 1888, Leis como a do Ventre Livre e do Sexagenário contribuíram para a libertação de africanos na condição de escravos. Entretanto, passados
mais de 130 anos de Lei áurea, o racismo, a desigualdade e o preconceito ainda imperam na conjuntura social brasileira.

Nós que somos negros carregamos marcas profundas de um passado trágico. O sistema o qual estamos inseridos ainda é racista. Medidas de conscientização, expansão
das políticas afirmativas e maior efetividade nas leis de combate à discriminação racial devem ser cada vez mais estimuladas.

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