Formação acadêmica superior ganha novo papel na era da IA: preparar profissionais para lidar com dilemas éticos, jurídicos e sociais das tecnologias emergentes

A disseminação de conteúdos manipulados e o surgimento das deepfakes, que são vídeos, áudios e imagens alterados por inteligência artificial para simular pessoas ou situações reais, colocam a sociedade diante de um cenário complexo de desinformação e perda de confiança nas fontes digitais. Embora a Inteligência Artificial traga benefícios em diversas áreas, ela também aumenta os riscos de uso indevido de informações e exige atenção crítica de cidadãos e profissionais.

Segundo levantamento da EY Brasil (2025), 92% dos brasileiros afirmam ter utilizado IA de forma consciente nos últimos seis meses, e 64% acreditam que seus benefícios superam os riscos. Ainda assim, o país enfrenta o desafio de formar cidadãos capazes de usar essas tecnologias de maneira ética e crítica, especialmente em regiões como o Nordeste, onde apenas 19,8% da população possui habilidades digitais básicas, segundo dados da Anatel de 2023.

Dentro desse cenário, as instituições de ensino superior assumem papel central na formação de futuros profissionais preparados para lidar com os impactos da IA. Disciplinas específicas, programas de atualização, pós e mestrados voltados à governança da tecnologia e às implicações éticas e regulatórias da IA no acesso à Justiça têm contribuído para desenvolver competências críticas, técnicas e éticas, preparando estudantes e sociedade para os desafios de um mundo moderno.

O gestor e coordenador de Inovação e Projetos Especiais da Faculdade Baiana de Direito e Gestão, Diogo Guanabara, destaca a importância de expandir o alcance do conhecimento além da sala de aula. “Entendemos que a academia tem papel central na formação para o uso ético da inteligência artificial. E cabe a ela fomentar senso crítico, responsabilidade e visão humanista, de modo a equilibrar inovação e proteção de direitos fundamentais”, explica.

Para Guanabara, que também é Consultor Jurídico em Direito Digital e Proteção de Dados, os desafios são evidentes. “É preciso superar a visão de que a IA é apenas uma ferramenta técnica, sem impactos sociais ou jurídicos. A velocidade das inovações exige atualização constante de professores, alunos e materiais, e é fundamental envolver diferentes áreas do conhecimento, como Direito, tecnologia, comunicação e psicologia, para enfrentar o problema de forma completa”, afirma.

Com vídeos e áudios falsificados circulando com facilidade, o debate sobre alfabetização digital é urgente. O professor Marcus Seixas observa que a sociedade ainda carece de preparo para enfrentar os riscos. “Deepfakes e sistemas de geração automática de conteúdo exigem alfabetização digital profunda. É preciso saber identificar manipulações, compreender os algoritmos e reconhecer quando estamos diante de construções sintéticas da realidade”, destaca o doutor em Direito que desenvolve atividades relacionadas ao uso de inteligência artificial.

Segundo Seixas, que é advogado e docente da Baiana de Direito, o Brasil ainda está em fase inicial de adaptação às novas formas de manipulação digital. Para ele, embora a população adote rapidamente novas tecnologias, a alfabetização digital não avança no mesmo ritmo. “Ainda há quem não tenha acesso regular à internet ou ao letramento digital básico, o que aumenta a exposição à desinformação e às campanhas que exploram a falta de repertório tecnológico”, alerta.

Faculdade Baiana de Direito e Gestão
A faculdade nasceu do sonho de professores e juristas baianos em criar uma instituição dedicada exclusivamente ao ensino jurídico. Com rigor pedagógico e matriz curricular inovadora, a Baiana alia tradição e modernidade na formação de profissionais. Reconhecida pela qualidade acadêmica e pela forte inserção prática, oferece estágios, convênios e tecnologia de ponta, com corpo docente formado por mestres e doutores. Destaca-se nacionalmente com conceito máximo (5) no MEC e o Selo OAB Recomenda, reflexo da alta performance dos seus ex-alunos no Exame da Ordem: ao longo de quase duas décadas, mais de 93% dos egressos foram aprovados, consolidando a excelência da formação oferecida. Ética, inovação e compromisso social orientam sua trajetória desde a fundação.

Foto by  Imagem gerada por IA (Google Gemini)

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