NATAL MOVIMENTA R$ 84,9 BILHÕES NO BRASIL E IMPULSIONA VENDAS NA BAHIA Ricardo Lemos 2 de dezembro de 2025 Notícias, Política De acordo com a CDL Salvador, o Natal funciona como uma oportunidade de recuperação para pequenos e médios estabelecimentos, especialmente após meses de cautela do consumidor O Natal segue sendo a principal data do calendário comercial brasileiro e deve injetar força decisiva nas contas de varejistas e serviços neste ano, com boa parte dos brasileiros indo as compras. Lojas cheias, shoppings movimentando serão cenas comuns a partir de agora, por isso saber pesquisar é fundamental. A Pesquisa de Intenção de Compras da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do SPC Brasil projeta uma movimentação de aproximadamente R$ 84,9 bilhões na economia neste fim de ano, com 124,3 milhões de brasileiros indo às compras em lojas físicas e no comércio eletrônico. Na Bahia, as expectativas são positivas. Entidades preveem que o varejo deve registrar crescimento amplo, porém moderado, com concentração das vendas nos dias que antecedem o Natal, impulsionado pela soma da Black Friday e do pagamento da segunda parcela do 13º salário. Para muitos comerciantes, dezembro é o mês decisivo do ano. O Sindilojas-Ba o reforça que o comércio baiano “se apoia no período natalino para equilibrar caixa, renovar estoques e projetar o início do próximo ano”. De acordo com a CDL Salvador, o Natal funciona como uma oportunidade de recuperação para pequenos e médios estabelecimentos, especialmente após meses de cautela do consumidor. A entidade destaca que o apelo emocional da data influencia diretamente nas compras, fortalecendo setores como vestuário, brinquedos, perfumaria e eletroportáteis. Nos shoppings centers, administradores ligados à Abrasce reforçam que campanhas promocionais, decorações especiais e sorteios têm atraído mais público. As estratégias buscam elevar o ticket médio e ampliar o tempo de permanência do cliente nos corredores, fator considerado decisivo para converter visitas em vendas. Do lado dos lojistas, o clima é de expectativa e planejamento. Maria Eunice, que há 14 anos mantém uma loja de roupas no Centro de Salvador, relata que a movimentação cresce semana a semana. “A gente percebe que o cliente está pesquisando mais, mas está comprando. Desde o final de novembro, o fluxo aumentou. Se mantiver assim, o Natal vai salvar o ano”, afirma. Em uma loja de brinquedos no bairro da Liberdade, o vendedor Samuel descreve um cenário semelhante: “O pessoal pergunta muito sobre preços, promoção e formas de pagamento. Quem tem criança não deixa de comprar presente. O que muda é o valor, mas a venda vem”. Os consumidores também demonstram disposição ainda que com cautela. A dona de casa Adriana Matos, que fazia compras no Shopping da Bahia, contou que está organizando a lista com antecedência para não estourar o orçamento. “Eu tenho dois filhos e três sobrinhos. Não dá para fugir dos presentes, mas estou fazendo tudo planejado. Pesquiso antes e compro onde estiver mais barato”, diz ela. Já o estudante Lucas Santos, visto em uma loja de eletrônicos no Comércio, destacou que pretende investir em algo útil. “Quero dar um fone para meu pai e uma caixa de som para minha mãe. Não é barato, mas eu me programei. Natal é uma data que a gente faz um esforço a mais”, comenta. Ticket – Os dados nacionais da CNDL e do SPC apontam que o consumidor brasileiro pretende comprar, em média, quatro presentes, com ticket médio de R$ 174. A procura por experiências, como jantares, eventos e viagens curtas, também cresce, especialmente entre jovens adultos. Mas o movimento tradicional, como brinquedos, roupas, calçados e acessórios, continua respondendo pela maior parte das vendas. Nas feiras e nas ruas comerciais de Salvador, a percepção é de um dezembro mais aquecido que o ano anterior. “O fluxo está bom desde a primeira semana do mês. Quem trabalha com produto acessível sente isso rápido”, diz Clóvis, ambulante na Avenida Sete Segundo ele, promoções relâmpago e facilidades no pagamento têm ajudado a impulsionar as compras. “Parcelamento no cartão é o que mais sai. Se a gente não flexibiliza, o cliente vai embora”, completa. Entre consumidores que circulavam pelo Centro, também há sinais positivos. A diarista Jéssica Souza contou que decidiu antecipar parte das compras. “Todo ano deixo para última hora e fico no aperto. Agora comprei as lembrancinhas primeiro. Acho que vou gastar menos assim”, explica. Já o segurança Marcelo Ribeiro, que procurava presentes para os sobrinhos, disse que a data mantém um simbolismo especial. “Mesmo com tudo caro, é Natal. A gente se organiza, aperta ali e aqui, mas compra. Faz parte da família”. Por Hieros Vasconcelos/ Foto by Romildo de Jesus/Tribuna da Bahia Deixe uma resposta Cancelar resposta Seu endereço de email não será publicado.ComentarNome* Email* Website