A Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA) reuniu coordenadores e assistentes dos seus 17 Espaços Culturais durante dois dias (13 e 14 de junho) para um encontro de formação e troca de experiências, na sala multiuso da Concha Acústica, em Salvador. Além de discutirem questões voltadas para o aperfeiçoamento da gestão e dinamização dos espaços, eles puderam saber mais sobre o funcionamento de unidades vinculadas da SecultBA.
A superintendente de Desenvolvimento Territorial da Cultura, Ana Teixeira, deu as boas-vindas e destacou a importância dos Espaços Culturais na implementação da política cultural nos territórios de identidade. “Os Espaços não são dos municípios sedes, eles devem atender todos os municípios do território onde está localizado”, disse Ana. A secretária de Cultura, Arany Santana, também marcou presença acompanhada de sua chefe de gabinete, Cristiane Taquari, e endossou a fala lembrando que “os espaços culturais são braços da SecultBA nos territórios” e, portanto, devem estar articulados com os agentes e instituições culturais dos municípios do entorno.
Os 17 Espaços Culturais da SecultBA estão localizados em 12 territórios de identidade da Bahia, e possuem diferentes características, tanto no que diz respeito a arquitetura, quanto à realidade territorial e os desafios colocados. “Um dos objetivos mais importantes é discutir as melhores estratégias nessa retomada do setor cultural, pensando na atuação desses espaços, que são espaços de formação, difusão e fruição”, destacou Geovan Bantu, diretor de Espaços Culturais.  Outro objetivo do encontro foi investir na formação desses gestores, que puderam conhecer mais sobre o funcionamento da SecultBA e suas vinculadas, encontrando possibilidade de potencializar as suas atuações em seus territórios. “Conhecer o TCA, que é o maior equipamento público de cultura da Bahia, também tem grande impacto para que eles visualizem o macro e pensem a partir da realidade dos seus espaços”, destacou Bantu.
No momento de troca de experiências, no qual coordenadores puderam apresentar os trabalhos que vêm desenvolvendo em seus respectivos Espaços Culturais, viu-se o comprometimento dos gestores com a cultura de seus territórios, a criatividade na superação de obstáculos, e a importância das parcerias com outras instituições para potencializar os espaços. É o caso do Centro de Cultura Camillo de Jesus Lima, em Vitória da Conquista, gerido por Clara Carolina, que tem desenvolvido importante trabalho de formação de crianças e adolescentes através da parceria com o Neojibá – Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia; e do Centro de Cultura de Alagoinhas, coordenado por Nando Zâmbia, que tem movimentado o cenário cultural local com o projeto A Quarta É Nossa, através de parcerias institucionais e articulações com empresários e a comunidade artística.
Já no território Metropolitano de Salvador, o coordenador do Cine Teatro Solar Boa Vista, Paulo Vinícius, falou da importante parceria com os Núcleos de Dança da Fundação Cultural da Bahia (FUNCEB), e da festa Batekoo, que mobiliza a juventude negra e LGBTQIA+ do Engenho Velho de Brotas e adjacências. A coordenadora do Espaço Cultural Alagados, Jamira Muniz, destacou o projeto de mediação que realiza junto à comunidade do entorno, assim como o coordenador Márcio Bacelar, do Centro de Cultura Plataforma, que falou sobre o EcoCultura, projeto que promove visitas guiadas no espaço e seu entorno, e do projeto O Meu Quintal, que democratiza o acesso para que artistas locais se apresentem.

Para Sérgio Mehlem, coordenador do Centro de Cultura de Porto Seguro, o encontro fortalece o processo da cultura e estabelece novos caminhos para o desenvolvimento da cultura nos territórios. “Foi maravilhoso e eu quero mais, que outros encontros aconteçam em outras localidades, também fora da capital, para que este diálogo tenha continuidade”, disse ele. Sérgio destacou também a requalificação estruturante que está sendo realizada no Centro de Cultura de Porto Seguro, com investimento de R$ 2,8 milhões. “Depois de 33 anos de inaugurado, ganhamos esse presente que é essa reforma, dando mais dignidade a cultura da Costa do Descobrimento que vai contar com um equipamento cultural novo”, concluiu.

Também marcaram presença no encontro a diretora do Centro de Culturas Populares e Identitárias (CCPI), Verônica Nonato; a diretora geral da Fundação Cultural do Estado da Bahia (FUNCEB), Renata Dias; diretora de Fomento da Suprocult, Carol Almeida; coordenador de Governança Territorial da Secretaria de Planejamento (SEPLAN), Vanduy Cordeiro; e a coordenadora de Educação Corporativa da SEPLAN, Patrícia Miranda; o diretor de Cidadania Cultura da Sudecult, Jorge Ivan Carvalho Filho; e a diretora de Territorialização da Cultura da Sudecult, Amanda Cunha e o coordenador da Assessoria de Comunicação da Secult, Fidelis Melo.
O encerramento do encontro contou com uma apresentação do Bloco Afro Malê Debalê, entidade do movimento negro que resiste há mais de três décadas no cenário musical baiano, fortalecendo e salvaguardando canções, danças e fantasias que contam a história do povo negro na Bahia.
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Visita guiada ao TCA – Divididos em dois grupos, os coordenadores e assistentes dos Espaços Culturais foram guiados por funcionários do TCA em uma visita por todas as dependências do complexo, incluindo o Centro Técnico, que é uma referência em engenharia do espetáculo e que mantém um acervo de figurinos e objetos cênicos, até os bastidores do palco da Sala Principal e tudo o que está por trás da cena e do show.
Coordenador do Centro de Cultura João Gilberto, em Juazeiro, João Leopoldo Vargas definiu a visita como uma “experiência fantástica”, que mostra a dimensão do trabalho da cadeira produtiva do teatro e das artes, envolvendo uma gama enorme de profissionais. Ele destacou ainda que gostou de saber que o acervo do Centro Técnico pode ser emprestado e que produções do interior têm desconto na pauta da Sala do Coro. “A gente tinha a impressão de que o TCA é inacessível, mas saber que a pauta da Sala do Coro tem o valor de R$ 500 para artistas do interior acende pra gente novas possibilidades”, afirmou João.
Espaços Culturais da SecultBA – A Secretaria de Cultura do Estado da Bahia mantém 17 espaços culturais geridos pela Diretoria de Espaços Culturais (DEC), e localizados em diversos Territórios de Identidade. Destes, cinco encontram-se em Salvador – Cine Teatro Solar Boa Vista, Espaço Xisto Bahia, Casa da Música de Itapuã, Centro de Cultura de Plataforma e Espaço Cultural Alagados – e 12 nos municípios de Alagoinhas, Feira de Santana, Guanambi, Itabuna, Jequié, Juazeiro, Lauro de Freitas, Mutuípe, Porto Seguro, Santo Amaro, Valença e Vitória da Conquista.

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