por Paulo Saldaña | Folhapress

Foto: Mariana Leal/ MEC

Mais da metade dos inscritos no Enem 2020 faltou ao primeiro dia do exame, realizado neste domingo (17) em meio ao avanço da pandemia de coronavírus.

Dos 5,7 milhões de inscritos, 51,5% (2.842.332) não compareceram ao exame. Essa é a maior taxa de abstenção da história do exame -na última edição, de 2019, os faltosos representaram 23,7%.

Apesar do alto índice de faltas, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, classificou como um sucesso.

“Fico satisfeito com o que fizemos em meio à pandemia, apesar da abstenção”, disse o ministro em entrevista em Brasília na noite deste domingo (17). “Parte [da explicação pela abstenção foi] a dureza e medo da contaminação e parte de um trabalho de mídia contrária ao Enem que foi muito grande”.

Além da alta taxa de faltosos, o segundo Enem realizado sob o governo Jair Bolsonaro (sem partido) foi marcado pela superlotação de salas e o impedimento de candidatos de diversos estados do país para fazer as provas.

Até a publicação deste texto, o governo não informou o que esses barrados poderão fazer.

O Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) insistiu na realização do exame em meio ao avanço da pandemia. Defensorias e procuradorias haviam ingressado com ações judiciais para adiar a aplicação, o que ocorreu somente no Amazonas. Outras duas cidades de Rondônia decidiram pela suspensão.

O argumento do Inep era de que seriam garantidos. O jornal Folha de S.Paulo já havia mostrado que o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) não havia garantido que todas as salas de aplicação foram organizadas para receber candidatos até 50% da capacidade dos espaços. A aposta de integrantes do órgão era de que muitos alunos deixariam de ir fazer a prova, o que garantiria baixa ocupação.

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