ESTUDANTES BAIANOS CRIAM JOGO QUE COMBATE PRECONCEITO CONTRA AUTISTAS Ricardo Lemos 16 de setembro de 2025 Cultura, Notícias Estudantes do Colégio Estadual Dulce Almeida, em Itagibá, conquistaram o primeiro lugar no Prêmio Inova Nickel, promovido pela empresa Atlantic Nickel, voltado a unidades escolares do Território Médio Rio de Contas. Com o jogo digital “E agora?”, a proposta é simular situações enfrentadas no dia a dia por pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). O projeto vencedor recebeu um incentivo de R$ 10 mil. A iniciativa nasceu da inspiração no colega João Luís Ferreira, diagnosticado com TEA. Ele participou ativamente da programação do jogo, tornando o projeto ainda mais especial. “Para mim foi incrível, porque sempre tive a vontade de criar um jogo e, como pessoa autista, me senti maravilhado”, conta. Formado por um grupo de dez estudantes, sob orientação dos professores Daniel Paiva e Gilson Oliveira, o jogo foi estruturado em fases e o jogador tem a responsabilidade de controlar um personagem autista que terá que lidar com desafios, como excesso de estímulos, e aplicar estratégias de autorregulação. Para reduzir a ansiedade do personagem, o jogador poderá buscar objetos relacionados ao hiperfoco ou utilizar técnicas de autocontrole. “Ver os estudantes focados em encontrar uma solução inovadora para um desafio dentro da sociedade, que às vezes é invisível, me deixa muito emocionado. Quando a gente fala de trazer uma proposta inclusiva, não é apenas um jogo, é um serviço público, social e humanitário. E o nosso objetivo é divulgar para a comunidade e estender ao mundo o que é o autismo”, ressalta o professor Daniel. Site O projeto ainda é um protótipo que, a partir do recurso recebido com a premiação, vai ser estruturado para ser disponibilizado a todos que tiverem interesse. “O jogo está na primeira fase, mas, com a premiação, vamos avançar na estruturação e analisar a melhor forma de deixá-lo disponível. Além disso, criamos um site exclusivo e munido de um manual para mães atípicas contendo informações sobre georreferenciamento, diagnóstico precoce, direitos e leis”, explica Daniel, acrescentando que a página pode ser acessada através do endereço https://eagora0.my.canva.site/leis-para-o-autismo. Para a estudante Cibelly dos Santos, participar do projeto foi uma experiência transformadora. “Foi maravilhoso compreender, me aprofundar e pesquisar mais sobre o autismo. Apesar de ser um assunto que ouvimos falar, não temos conhecimento de fato sobre o tema. Tivemos a oportunidade de conversar com mães e neuropsicólogas e de até mesmo promover a integração do colégio com a questão da inclusão, com a participação de João Luís e sua família”, pontua. Segundo a estudante Isabelly de Jesus, a escolha do tema do projeto foi na busca de algo que fizesse a diferença na sociedade. “A ideia é que o jogo traga mais empatia para aqueles que não têm tanto conhecimento sobre o autismo, trazendo mais inclusão e respeito às diversidades. Ganhar o prêmio mostrou que estávamos no caminho certo ao promovermos um projeto inovador que pode mudar vidas”, destaca. Também participaram do projeto os estudantes Rafik Santos, Bruno da Silva, David Ribeiro, Davi Magalhães, Maria Clara Santos, Sylas Andrade e Hannah Faleiro. Por Suami Dias – Ascom/SEC Deixe uma resposta Cancelar resposta Seu endereço de email não será publicado.ComentarNome* Email* Website