O último dia 20, antes dos festejos e recesso junino, marcou a última apresentação do “Theatro da Independência – se as personagens falassem no Baixo Sul da Bahia” para este semestre. Com uma plateia repleta, formada por estudantes e professores, no auditório do Colégio Estadual Maria Xavier, o espetáculo subiu ao palco para realizar sua 12ª apresentação, desde a estréia, em Julho do ano passado.

A peça, escrita por Adriano Pereira e Chico Nascimento (Tata Mangoleji), revisita a história da Independência do Brasil na Bahia, de forma bem humorada, a partir do olhar de personagens conhecidos como o corneteiro Lopes e Maria Quitéria e outras só recentemente reconhecidas como Maria Felipa e o Tambor Soledade. Tem no elenco Adriano Pereira, Everton Bacélla, Flavia Fonseca e Mateus Zumborí, todos moradores do território do Baixo Sul.


Atendendo também à necessidade de inclusão e acessibilidade da comunidade surda, o espetáculo conta também com um intérprete de libras que, ao vivo, realiza a tradução. Elivelton Melo (Ybypotyrá Juerana Anté Kren), indígena, professor de Libras, morador das Três Jueranas e membro do coletivo étnico Guerém, que está acompanhando a circulação, fazendo este trabalho, destaca “o quanto é inovador e potente pra essa comunidade que são as pessoas surdas, historicamente silenciada e excluída do processo de produção de cultura. Enquanto profissional intérprete fico muito feliz de estar ajudando a construir esses espaços de acessibilidade cultural”.


Quem ficou feliz também com a apresentação foi o estudante Taniel Fagundes. Para ele, “trazer espetáculos de teatro assim é muito importante para a comunidade escolar. Ficamos felizes por que entendemos melhor como realmente aconteceu a Independência da Bahia na prática, porque muitas vezes os povos subalternos não têm nem o direito de fala. Aqui a gente percebe como foi, quem construiu e qual é o nosso lugar de fala”.

O espetáculo foi seguido de um bate papo animado entre o grupo e estudantes presentes. Agora, realiza uma pequena pausa e retorna na segunda quinzena de Julho apresenta-se ainda, gratuitamente, na sede da Zambiapunga, em Nilo Peçanha, junto aos estudantes do colégio Adelaide Sousa e em Valença, no Colégio Gentil Paraíso.

Contemplado nos Editais da Paulo Gustavo Bahia, com o apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura, Governo Federal. Paulo Gustavo Bahia (PGBA) foi criada para a efetivação das ações emergenciais de apoio ao setor cultural, visando cumprir a Lei Complementar nº 195, de 8 de julho de 2022. Tem também o apoio institucional do Núcleo Territorial de Educação (NTE – 06).

PTN – Conhecida anteriormente pelo nome de Itabaína, que significa Ita=rama e Baina=pedra, ou seja, rama sobre pedras, o povoado, que até 1989 era distrito de Valença, originou-se de uma barraca de palha que vendia alimentos e bebidas aos tropeiros que transportavam cargas nos animais entre Valença, Aratuípe e Nazaré. Cresceu ao lado da BR 101 a partir dos anos 60 e até hoje tem uma forte feira onde encontram-se muitos produtos. Sua população é de 27.726 habitantes segundo o censo 2022.

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