O Baixo Sul da Bahia está recebendo uma iniciativa cultural e pedagógica inovadora: o projeto Histórias que Brincam. A ação nasce do desejo de transformar a realidade educacional da região, marcada por precariedades no ensino e pela falta de representatividade cultural nas práticas pedagógicas.

Apesar de a Lei 10.639/03, alterada pela Lei 11.645/08, tornar obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana em todas as escolas, ainda persiste a ausência de conteúdos que celebrem a diversidade e fortaleçam a identidade das crianças negras. Diante desse cenário, o projeto surge como uma resposta concreta, propondo uma abordagem que valoriza a ancestralidade e conecta os pequenos às suas raízes de forma autêntica.

Narrativas africanas como ferramenta de aprendizagem

O Histórias que Brincam utiliza a contação de histórias como um instrumento pedagógico capaz de incluir, inspirar e empoderar. Em cada encontro, crianças são transportadas para universos narrativos africanos, onde aprendem sobre diversidade cultural, coletividade e criatividade.

A experiência é conduzida por monitores educadores e sempre conta com um convidado especial: um contador de histórias que apresenta uma nova narrativa africana em cada edição.

Além das apresentações infantis, o projeto também prevê um workshop de formação em parceria com professores, incentivando que educadores adotem a prática da contação de histórias em salas de aula e creches, multiplicando o impacto da iniciativa.

Circulação pelas comunidades

As atividades já tiveram início na comunidade da Gamboa do Morro de São Paulo e seguem em cronograma por outros pontos do Baixo Sul.

No último dia 26 de setembro, a ação chegou à Comunidade Quilombola do Galeão, fortalecendo os laços culturais e ancestrais em um território de resistência.

Já no dia 27 de setembro, foi a vez do Morro de São Paulo receber o projeto, levando às crianças experiências únicas de imersão em narrativas africanas, que estimulam a imaginação e a autoestima.

O ciclo de apresentações será encerrado no dia 18 de novembro, na Creche Fundação Estrela do Amanhã – NERC, em Valença.

Com essa circulação, crianças de diferentes comunidades têm a oportunidade de vivenciar práticas culturais que reforçam a identidade, a valorização da negritude e o senso de pertencimento.

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