CENTRAIS SINDICAIS APRESENTAM PROPOSTAS DE ENFRETAMENTO À CRISE CRIADA POR TRUMP Ricardo Lemos 7 de agosto de 2025 Notícias, Política Preocupadas com o agravamento da guerra comercial desencadeada pelas tarifas impostas unilateralmente pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, as centrais sindicais de trabalhadores apresentaram ao governo brasileiro propostas para o enfrentamento da crise, baseadas na preservação da soberania, emprego e produção nacionais. “O tarifaço de Trump é uma chantagem política que coloca em xeque a democracia norte-americana, visando, com ingerência externa, interferir na soberania brasileira. É inaceitável”, afirmou o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar. Segundo o documento, a crise gerada pelos EUA “atinge o Brasil de forma direta e indireta, pressionando setores industriais estratégicos, intensificando a desindustrialização, desorganizando cadeias produtivas e ameaçando milhares de postos de trabalho. Diante desse cenário, é necessário buscar alternativas, construir novos caminhos e abrir outras possibilidades”. Entre as propostas apresentadas, está o fortalecimento de um projeto de desenvolvimento com inclusão e justiça social, estruturado na geração e proteção de empregos, no combate à precarização do trabalho e no fortalecimento da capacidade de consumo das famílias por meio da valorização da renda do trabalho. Para as centrais sindicais, isso exige uma resposta firme, responsável e coordenada, que amplie a cooperação internacional e fortaleça a capacidade interna de produzir e consumir. O documento apoia integralmente a postura adotada pelo governo Lula em defesa da soberania do país, bem como os posicionamentos do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal. Entre as propostas, destacam-se: Proteção do Emprego e da Renda 1 – Recriar o Programa de Proteção do Emprego, com fundos de compensação e programas de transição para trabalhadores afetados por impactos negativos do comércio internacional. 2 – Investir em qualificação e requalificação profissional. 3 – Fortalecer a organização sindical para garantir a negociação coletiva sempre que houver mudanças estruturais nos setores atingidos pela concorrência externa. 4 – Estabelecer cláusulas de proteção ao emprego nos acordos coletivos. 5 – Criar espaços permanentes de concertação entre governo, trabalhadores e empresários. 6 – Incluir a representação dos trabalhadores nas novas instâncias de formulação das políticas industrial, cambial, comercial e tecnológica. 7 – Avançar na implementação do plano nacional de transição ecológica, garantindo que a descarbonização da economia seja feita com justiça social e geração de empregos verdes e azuis. 8 – Garantir que novas cadeias ambientalmente sustentáveis sejam internalizadas, gerando produção e trabalho local, e não apenas exportação de recursos naturais. 9 – Estabelecer estratégias e metas para buscar novos mercados e estabelecer novas cooperações econômicas. Defesa da Produção Nacional 1 – Estimular a produção nacional por meio das compras públicas e da política de conteúdo local. 2 – Fortalecer o BNDES e os bancos públicos como indutores do investimento produtivo. 3 – Apoiar o investimento público em infraestrutura social e produtiva (transporte, energia, habitação, saúde, educação) com encadeamentos na indústria nacional. 4 – Adotar medidas antidumping e salvaguardas comerciais em setores e cadeias produtivas ameaçados. 5 – Aumentar investimentos em inovação, sustentabilidade e encadeamento produtivo interno. 6 – Rever a Lei de Patentes, combatendo abusos de propriedade intelectual que impedem a produção nacional. 7 – Fortalecer a transferência de tecnologia e o investimento público em pesquisa e desenvolvimento (P&D), com articulação entre universidades, centros tecnológicos e setor produtivo. 8 – Buscar oportunidades de reposicionamento do Brasil em cadeias produtivas estratégicas no novo contexto internacional. 9 – Fortalecer o Mercosul e a cooperação Sul-Sul. 10 – Revisão imediata da lista de exceções à Tarifa Externa Comum do Mercosul, com critérios técnicos e industriais, de forma compatível com a promoção da reindustrialização nacional. Deixe uma resposta Cancelar resposta Seu endereço de email não será publicado.ComentarNome* Email* Website