A retomada da construção de barcaças em Maragogipe, no Recôncavo baiano, está trazendo de volta o Canteiro de São Roque do Paraguaçu para o cenário da indústria naval brasileira. Após reunião com representantes da Casa Civil, do Ministério de Minas e Energia (MME) e do Ministério do Desenvolvimento da Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) para debater o tema “O que é conteúdo nacional”, o coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP) Deyvid Bacelar informou nesta segunda-feira (21/7) que serão construídas barcaças, ainda neste segundo semestre, no Estaleiro Enseada do Paraguaçu, em Maragogipe.

“Isso vai gerar emprego e renda em cidades como Maragogipe, Cruz das Almas, Santo Antônio de Jesus, enfim, em todo o Recôncavo baiano”, festeja Bacelar. “Inicialmente serão construídas embarcações mais simples, menos complexas do que grandes plataformas da Petrobras, mas já é um recomeço significativo depois do desmonte que foi realizado nos governos Temer e Bolsonaro”.

O dirigente sindical dos petroleiros e petroleiras informou também que esteve reunido com representantes da Novonor, proprietária do Estaleiro, e que a expectativa é de que plataformas de médio e grande porte da Petrobras voltem a ser construídas no local.

“Mais de sete mil empregos foram gerados na Enseada do Paraguaçu no segundo governo do presidente Lula. Em 2009, foram construídas duas plataformas auto elevatórias no local, a P-59 e a P-60. Inclusive partiram de São Roque as estruturas fundamentais da primeira fase de exploração da Bacia de Campos”, destaca Bacelar, informando que no canteiro foram também construídas as plataformas PRA-1 e a Plataforma do Campo de Manati, instalada em Cairu (BA).

ENSEADA

Dotado de uma infraestrutura capaz de oferecer uma série de vantagens para o desenvolvimento de empreendimentos de grande porte, o Estaleiro Enseada se prepara para a construção de barcaças já nos próximos dias. De acordo com Ricardo Ricardi, atual CEO do Estaleiro, existe em andamento uma negociação bastante avançada nesse sentido. “A companhia espera que este contato seja assinado em breve e este projeto deverá gerar cerca de 400 empregos diretos.

O Enseada é um dos maiores investimentos realizados na Bahia nas últimas décadas e a retomada das atividades de construção naval, assim que materializada, deverá gerar um importante impacto socioeconômico para a região do Recôncavo Baiano”, destaca Ricardi, lembrando que, além do contrato de construção de barcaças, a companhia espera conquistar contratos para a construção de embarcações de apoio offshore e de construção de módulos de FPSOs (Plataformas de Produção).
Ex-prefeito de Maragogipe, Sílvio Ataliba acrescenta que serão produzidas 80 balsas para o setor de mineração nos próximos três anos e que a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE) já assinou o protocolo de intenções para mais esse projeto, que vai gerar três mil empregos na região.

ASCOM – PAULO DANTÃO

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