DIA NACIONAL DO SAMBA: GÊNERO MUSICAL MAIS POPULAR DO BRASIL É CELEBRADO HOJE Ricardo Lemos 2 de dezembro de 2025 Cultura, Notícias É comemorado, nesta terça-feira (02), o Dia Nacional do Samba, ritmo que é a marca registrada do Rio e da Bahia. Desde 2005, o samba de roda é obra-prima do patrimônio oral e imaterial da humanidade pela Unesco, e foi o primeiro gênero musical do país a receber este título. A comemoração em 2 de dezembro tem associação simbólica a nomes e episódios da história do samba. Uma das versões identifica comemorações institucionais e eventos de divulgação do samba realizados em torno de 2 de dezembro, data que se consolidou nacionalmente como o Dia do Samba. Não existe um evento ou uma data que marque o surgimento do samba. O gênero nasce de ritmos bantu, povos vindos principalmente do Congo e de Angola, na África, e se mistura às diversas tradições brasileiras ao longo do tempo. Assim, nascem os diferentes sambas que embalam o país. O samba urbano, o samba de roda baiano, o samba de coco, entre tantos outros. Mas falar do Dia Nacional do Samba não é apenas falar de um gênero musical, como destaca o historiador, Luiz Antônio Simas: “O samba, ele é um fato social completo. O samba não é só o gênero musical, o samba não é só a dança. Dentro desse contexto do samba, existem as maneiras como a gente brinca, dança, reza, come, bebe. Fora isso, você tem hoje uma economia criativa ligada ao samba”. “São muitas rodas de samba. No Rio de Janeiro, por exemplo, a gente pode falar em centenas de rodas de samba. O que a gente tem que entender é que o sambista precisa ser tratado como um grande artista que é. Legitimar o samba como um elemento fundante da identidade nacional não pode vir desacompanhado da importância que tem que ser dada ao sambista como o sujeito desse processo histórico”, completa o historiador. Velhas-guardas das escolas são consideradas Patrimônio Cultural e Imaterial do Rio de Janeiro O governador Cláudio Castro sancionou, nesta terça-feira (02), a lei que torna as velhas-guardas das escolas de samba como Patrimônio Cultural e Imaterial do Rio de Janeiro. O deputado estadual Dionísio Lins, do Progressistas, autor da lei, ressaltou que as velhas guardas das escolas são responsáveis por manter a história e a tradição de cada agremiação: “É o nosso povo que leva alegria para todos os sambódromos. É a escola de samba sendo representada. E aí vai a nossa homenagem. Para você é o nosso presente. Obrigado ao governador Cláudio Castro pelo reconhecimento a toda a velha guarda do nosso samba em todo o entorno e em todo o estado do Rio de Janeiro e também no Brasil”. A velha guarda é o núcleo de preservação da identidade das escolas de samba. Formada por sambistas históricos, ela mantém viva as tradições, o estilo musical e a memória da agremiação. Também atua como referência interna, influenciando decisões ligadas à cultura e à história da escola. No desfile, a velha guarda representa o patrimônio simbólico da instituição. Entender a importância desse dia, é também ouvir daqueles que ajudaram a construir a história do samba no país, o que ele significa. O samba é considerado um modo de viver, que se traduz em diferentes frentes. Uma das rodas de samba mais tradicionais do Rio é o Samba do Trabalhador, que começou como uma reunião informal de músicos nas segundas-feiras e logo se tornou um fenômeno cultural, atraindo cada vez mais fãs do samba autêntico. O compositor, autor e fundador do Samba do Trabalhador, Moacyr Luz, declara seu amor ao samba, que é considerado um verdadeiro jeito de viver. “Se Roma tem o Coliseu, Paris tem a Torre Eiffel, nós temos o samba. O samba faz parte da alegria dos mais simples. O samba faz parte da comida, da roupa que a gente usa, dos nossos costumes. O samba é o oposto da tristeza. O samba é isso. O samba é Rio de Janeiro. O samba é Brasil”, disse Moacyr Luz. O Samba do Trabalhador nasceu no Andaraí e vive até os dias de hoje como uma das marcas a serem celebradas neste dia de festa em todo o país. Por Mariana Machado, Maria Clara Anselmo, Tiê Leal Foto: Gustavo Azeredo/Agência O Globo Deixe uma resposta Cancelar resposta Seu endereço de email não será publicado.ComentarNome* Email* Website
A comemoração em 2 de dezembro tem associação simbólica a nomes e episódios da história do samba. Uma das versões identifica comemorações institucionais e eventos de divulgação do samba realizados em torno de 2 de dezembro, data que se consolidou nacionalmente como o Dia do Samba. Não existe um evento ou uma data que marque o surgimento do samba. O gênero nasce de ritmos bantu, povos vindos principalmente do Congo e de Angola, na África, e se mistura às diversas tradições brasileiras ao longo do tempo. Assim, nascem os diferentes sambas que embalam o país. O samba urbano, o samba de roda baiano, o samba de coco, entre tantos outros. Mas falar do Dia Nacional do Samba não é apenas falar de um gênero musical, como destaca o historiador, Luiz Antônio Simas: “O samba, ele é um fato social completo. O samba não é só o gênero musical, o samba não é só a dança. Dentro desse contexto do samba, existem as maneiras como a gente brinca, dança, reza, come, bebe. Fora isso, você tem hoje uma economia criativa ligada ao samba”. “São muitas rodas de samba. No Rio de Janeiro, por exemplo, a gente pode falar em centenas de rodas de samba. O que a gente tem que entender é que o sambista precisa ser tratado como um grande artista que é. Legitimar o samba como um elemento fundante da identidade nacional não pode vir desacompanhado da importância que tem que ser dada ao sambista como o sujeito desse processo histórico”, completa o historiador. Velhas-guardas das escolas são consideradas Patrimônio Cultural e Imaterial do Rio de Janeiro O governador Cláudio Castro sancionou, nesta terça-feira (02), a lei que torna as velhas-guardas das escolas de samba como Patrimônio Cultural e Imaterial do Rio de Janeiro. O deputado estadual Dionísio Lins, do Progressistas, autor da lei, ressaltou que as velhas guardas das escolas são responsáveis por manter a história e a tradição de cada agremiação: “É o nosso povo que leva alegria para todos os sambódromos. É a escola de samba sendo representada. E aí vai a nossa homenagem. Para você é o nosso presente. Obrigado ao governador Cláudio Castro pelo reconhecimento a toda a velha guarda do nosso samba em todo o entorno e em todo o estado do Rio de Janeiro e também no Brasil”. A velha guarda é o núcleo de preservação da identidade das escolas de samba. Formada por sambistas históricos, ela mantém viva as tradições, o estilo musical e a memória da agremiação. Também atua como referência interna, influenciando decisões ligadas à cultura e à história da escola. No desfile, a velha guarda representa o patrimônio simbólico da instituição. Entender a importância desse dia, é também ouvir daqueles que ajudaram a construir a história do samba no país, o que ele significa. O samba é considerado um modo de viver, que se traduz em diferentes frentes. Uma das rodas de samba mais tradicionais do Rio é o Samba do Trabalhador, que começou como uma reunião informal de músicos nas segundas-feiras e logo se tornou um fenômeno cultural, atraindo cada vez mais fãs do samba autêntico. O compositor, autor e fundador do Samba do Trabalhador, Moacyr Luz, declara seu amor ao samba, que é considerado um verdadeiro jeito de viver. “Se Roma tem o Coliseu, Paris tem a Torre Eiffel, nós temos o samba. O samba faz parte da alegria dos mais simples. O samba faz parte da comida, da roupa que a gente usa, dos nossos costumes. O samba é o oposto da tristeza. O samba é isso. O samba é Rio de Janeiro. O samba é Brasil”, disse Moacyr Luz. O Samba do Trabalhador nasceu no Andaraí e vive até os dias de hoje como uma das marcas a serem celebradas neste dia de festa em todo o país. Por Mariana Machado, Maria Clara Anselmo, Tiê Leal Foto: Gustavo Azeredo/Agência O Globo