VEREADOR FABRÍCIO LEMOS CONCEDE PLACA DO MÉRITO LEGISLATIVO AO SINDICALISTA ROQUE ONORATO

Considerado uma referência na área da saúde e da organização sindical e com diversas homenagens concedidas em todo o país, o vereador Fabrício Lemos(PP) é o autor com aprovação por unanimidade da Câmara de Vereadores de Valença da placa do Mérito Legislativo, a maior honraria da casa do povo ao sindicalista Roque Onorato.

O Projeto de Resolução nº 003/2023 concede a placa do Mérito Legislativo da Câmara Municipal de Valença ao Senhor Roque Onorato Santos em reconhecimento aos relevantes serviços prestados a sociedade Valenciana.

Segundo o projeto, o vereador Fabrício Lemos alerta que  a homenagem de que trata este Decreto Legislativo é pessoal e intransferível, e somente admitirá representante quando o homenageado estiver impedido por motivo de força maior.

Ainda de acordo com o projeto de resolução, o vereador Fabrício Lemos destaca que o sindicalista Roque Onorato é reconhecido pela importância da sua atuação significativa e exemplar e por isso é merecedor dessa placa.

BIOGRAFIA

ROQUE ONORATO SANTOS, nascido em 15/06/1939 em Santo Antônio de Jesus, filho de Bernardo dos Santos e Maria Elisa Pereira. Residente na rua Antônio Germiniano dos Santos, no município de Valença, onde se tornou filho adotivo com o título de cidadão valenciano concedido em 24 de abril de 2002. Casado com Rosália dos Santos, pai de Naide Janara dos Santos, Eduardo Santos Almeida, Nailza dos Santos e Adriano dos Santos.

Além destes, criou mais algumas crianças e adolescentes, avô de 5 netos e bisavô de 3 netos. Estudou em sua infância, até o quinto ano, vindo dar sequência aos seus estudos com o ensino técnico para agentes de saúde, vindo a concluí o ensino médio no ano de 2006.

Trabalhou como pedreiro, magarefe, administrador do matadouro bovino municipal, Mine empresário no ramo de mercado e bar. Aos 15 anos ficou órfão e convenceu os tios a deixa-lo morar sozinho, a título de experiência. Pensou em uma maneira de conhecer lugares e pessoas diferentes e passou a procurar trabalhos por um período, em seguida mudar-se para outras paragens. Nessa toada, foi servente de pedreiro, quebrador em pedreiras, transportou caixas de dendê e trabalhou em olarias.

A certa altura se fixou em Valença e ficou conhecido por seus trabalhos voluntários, principalmente em grupos católicos como as comunidades eclesiais de base. Em 1992, quando estava prestes a completar 53 anos, foi aprovado em um teste seletivo para agente de saúde, a princípio para o programa que teria 18 meses de duração e fazia parte da estratégia local para combater a epidemia de cólera que se abatera sobre o país. “Aí minha vida mudou”, conta Roque.

Assim que se tornou agente comunitário do bairro do Campinho, na cidade de Valença, o baiano Roque Onorato passou a reservar um dos quartos do barraco em que morava para, uma vez por mês, transformá-la em consultório improvisado. Nessas ocasiões, o médico do posto de saúde mais próximo passava o dia por ali, diagnosticando e indicando o tratamento para os males dos moradores da área. Mas o casebre era antigo e precário. E, certo dia, desabou. Roque foi morar em uma casinha alugada nas imediações, sem espaço para as consultas –e não esmoreceu.

Improvisou os atendimentos médicos mensais primeiro na casa de vizinhos, depois em uma igreja evangélica, até que conseguiu um pouso permanente no salão comunitário de uma paroquia católica. Roque passou a acompanhar 156 famílias no Campinho e mergulhou em uma comunidade assolada por problemas associados às condições de vida precárias, como desnutrição infantil.

O episódio é um dos muitos que demonstram o incansável modus operandi de Roque, um dos mais conhecidos e uma espécie de decano entre os cerca de 240 mil agentes comunitários de saúde espalhados pelo país. Recebeu treinamento intensivo Anexo Provisório de enfermeira da Santa Casa de Valença e, por conta própria, seguiu se aprimorando.

Acabou se transformando na personificação do agente comunitário de saúde, com uma imensa capacidade de aliar o conhecimento científico que recebia das equipes que coordenavam seu trabalho com as tradições da comunidade. Ele incentivava as famílias a procurar os médicos, mas também fazia uso da medicina fitoterápica –utilizando chás medicinais sempre que possível. Começou a dar palestras dentro do Bairro e em seguida passou a ser chamado para falar em colégios, igrejas … “Eu chegava com minha pastinha na mão dava o meu recado para os acadêmicos. Eles ficavam satisfeitos, me paquerando” brinca.

Roque teve atuação marcante nas transformações de sua comunidade, a sua casa um centro de apoio informal, mas movimentadíssimo. Além dos quatros filhos, ele e a esposa criaram ali outras 14 crianças que em momentos diferentes precisaram de acolhida. Seu raio de influência, no entanto, vai além das fronteiras de Valença. Ele é também referência nacional para agentes de saúde porque integra o trio de lideranças – formado ainda por Tereza Ramos, de Pernambuco, e Ruth Brilhante, de Goiás, ambas falecidas – que puxou o fio da organização da categoria e pavimentou uma estrada que levou à aprovação da Emenda Constitucional nº 51, que em 2006 reconheceu a profissão e o direito à efetivação de todos os que já exerciam naquele momento.

Roque entrou nessa jornada já em 1993, quando encabeçou o movimento para que o programa no qual ingressara um ano antes continuasse. Em 1994, com o apoio do fundo das Nações Unidas para a infância (UNICEF), reuniu 287 profissionais da atenção básica de 18 municípios em um encontro que acabou discutindo também a criação de uma associação que nos anos seguintes foi o embrião de várias outras entidades representativas da categoria que surgiram-no país.

Olhando para sua trajetória, Roque está convencido de que seu legado reside em mostrar que o protagonismo da comunidade começa também nas pequenas responsabilidades. E, sobretudo que é preciso saber ouvir – “É a base de qualquer coisa que tenha relação com a saúde de uma pessoa ” pontifica.

Atualmente, com 83 anos, recebeu o título de Dr. Honoris causa, concedido pela Faculdade Hebraica e também o título de construtor do SUS, pela sua luta e dedicação na construção do SUS.

Na sua biografia, o vereador Fabricio Lemos ainda destaca que Roque Onorato é aposentado desde 2009, “ Seu Roque “, como é tratado com frequência, tem uma biografia que não mataria ninguém de tédio. Portanto, diante dos relevantes serviços prestados à sociedade valenciana, com uma atuação exemplar, zelosa e dedicada, é de extrema importância que esta Casa reconheça o trabalho prestado por esse profissional, concedendo a Placa do Mérito Legislativo ao Senhor Roque Onorato dos Santos, sentencia Fabricio Lemos.

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