Liuz Viana Queiróz e o ilheense Carlos Medauar ReisAngelino de Jesus/OAB-BA

A Comissão Especial de Avaliação das Eleições no Sistema OAB aprovou a proposta de eleições diretas com voto federativo no Conselho Federal. A proposta é de autoria do vice-presidente da OAB Nacional, Luiz Viana Queiroz, e visa privilegiar as eleições diretas para a Diretoria do CFOAB sem desconsiderar o princípio federativo e a proporcionalidade de advogados distribuídos nas seccionais.

A princípio, a eleição direta significaria uma proporção simples, em que cada seccional teria peso idêntico ao número de profissionais inscritos. No entanto, esse sistema faria com que as quatro seccionais com maiores quadros formassem maioria absoluta. Com isso, as seccionais menores correriam o risco de serem desconsideradas tanto no momento da formação das chapas, quanto durante a própria gestão.

Para a idealização da proposta com voto federativo utilizou-se como ponto de partida o artigo 45 da Constituição Federal, que regulamenta o número de deputados que compõem a bancada de cada unidade da federação no Congresso. Esse número é proporcional à população de cada estado.

Luta antiga
Há muito tempo essa bandeira vem sendo defendida por Luiz Viana. Quando ainda era conselheiro federal, Viana chegou a apresentá-la duas vezes no Pleno Nacional, porém, em ambas ocasiões foi rejeitada. A proposta chegou a ser aprovada na Assembleia Geral de Advogados, no estado do Rio de Janeiro.

De acordo com Luiz Viana, caso entre em vigor, a mudança trará ainda mais legitimidade no que diz respeito à participação da advocacia no processo de escolha dos seus representantes no âmbito nacional. “O modelo atual também é legitimo, mas a nossa proposta busca ampliar a participação dos advogados e advogadas, ampliar a legitimidade desse processo e os debates para a escolha dos nossos representantes”, afirmou.

A mudança no sistema eleitoral conta com o apoio do Conselho da OAB-BA. “Diretas na OAB será um importante passo para ampliar a participação da classe na entidade, tornando mais legítima a atuação. OAB saírá muito fortalecida caso essa alteração seja implementada”, afirmou o presidente da instituição, Fabrício Castro.

De acordo com o conselheiro federal Carlos Medauar, a proposta vem atender o anseio da classe que almeja eleger o candidato baseado em suas propostas. “O candidato terá que conhecer os inúmeros problemas da advocacia, inclusive os problemas do interior do Brasil. Estamos preparados para essa mudança”, afirmou.

A proposta foi aprovada por unanimidade na Comissão e contou com os votos dos conselheiros federais Carlos Medauar (OAB-BA), Daniela Libório (OAB-SP), Marina Gadelha (OAB-PB), Luis Claudio Alves Pereira (OAB-MS), Airton Martins Molina (OAB-PR), Fábio Jeremias (OAB-SC), além de Luiz Viana.

O memorando da Comissão Especial de Avaliação das Eleições no Sistema OAB será agora encaminhado à Diretoria do Conselho Federal da Ordem para que em momento oportuno seja colocado em pauta e debatido em sessão do Pleno.

Conselheiro Federal integrante da comissão especial que avalia o sistema eleitoral da OAB Nacional, o ilheense Carlos Medauar explica que as eleições diretas atendem o anseio de quase 100% da classe. “O atual sistema cansou. Queremos eleger diretamente o candidato baseado em suas propostas. O candidato terá que conhecer os inúmeros problemas da advocacia, inclusive os problemas do interior do Brasil. O voto será direto e federativo  cada Estado terá o mesmo peso. Estamos preparado para essa mudança. Nada é mais democrático que o voto direto, teremos grandes mudanças e tenho certeza que vamos eleger o melhor. Chegou a hora da OAB dá o exemplo maior da democracia”, assegura.

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